Cada país produtor de vinhos tem sua uva de destaque. Às vezes, ela é originária de outro lugar, mas se adaptou com perfeição a determinado terroir, como a francesa Malbec na Argentina. Mas muitas vezes ela é nascida e criada na mesma região, onde normalmente expressa seu potencial máximo, como é o caso da portuguesa Touriga Nacional.
Essa uva tinta é a mais célebre de Portugal, sendo usada em vinhos de vários tipos, blends e varietais. É provável que ela tenha surgido no Dão, região portuguesa em que ela brilha intensamente há séculos. Sendo uma uva generosa e de boa adaptação, logo ela se difundiu por todo país, do Alentejo ao Douro. Além disso, seus vinhos de excelente qualidade atraíram outros países produtores, que passaram a cultivá-la com sucesso, como Chile, Austrália, Estados Unidos, Espanha e África do Sul.
A Touriga Nacional é amplamente usada na elaboração dos vinhos do Porto. Sem dúvidas, ela é uma das responsáveis pela fama histórica da bebida. Versátil, ela também performa com muita classe em tintos tranquilos — feitos só com ela ou uma mistura de outras uvas — e até espumantes. De forma geral, seus exemplares são elegantes, com cores expressivas. Os aromas são majoritariamente frutados e florais, com uma nobreza inegável. Os sabores são complexos e intensos, os taninos são finos. São vinhos equilibrados, que amadurecem muito bem em carvalho, ganhando aromas de baunilha e especiarias.
Devido à sua estrutura e intensidade, um vinho de Touriga Nacional pede receitas também potentes. Ele costuma ser uma boa pedida para uma refeição completa, pois harmoniza com pratos de entrada à sobremesa. Os clássicos vinhos do Porto combinam com sobremesa à base de chocolate ou café e também queijos azuis. Os tintos tranquilos ficam sensacionais com cortes bovinos, grelhados, assados, guisados, com molhos de frutas, por exemplo.